“Não me furto aos meus deveres”

Cavaco Silva inaugura sede de campanha em Santarém

A cerca de um mês e meio da data marcada para as próximas eleições presidenciais, 23 de Janeiro, Cavaco Silva inaugurou a sua sede de campanha em Santarém.

Anteontem ao final da tarde, e apesar da intensa chuva que se fazia sentir, algumas dezenas de pessoas não quiseram deixar de lhe prestar o seu apoio público.

“Candidato-me pela união dos portugueses. Nunca como agora o país precisou tanto de se afirmar como uma nação coesa”, afirmou Cavaco Silva, que ao longo das últimas semanas tem dramatizado o seu discurso.

“Nestes tempos difíceis quero dizer: não me furto aos meus deveres, não me furto às minhas responsabilidades. É por isso que aqui estou, como candidato à presidência da República”.

O recandidato a Belém traçou as duas prioridades fundamentais que irão nortear a sua acção política, caso vença o sufrágio: “irei exercer uma magistratura activa para que a recuperação económica e a criação de emprego sejam uma realidade no país”, afirmou.

Para isso, Cavaco Silva considera ser fundamental, por um lado, apostar na produção agrícola e pecuária de forma a “reduzir as importações e conter o crescimento da divida”, e por outro, apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME), geradoras de postos de trabalho.

Também o “empreendedorismo dos jovens” assume um carácter de grande importância, no sentido de “trazer uma nova cultura ao tecido empresarial português, de inovação, criatividade e abertura ao mundo global”, afirmou.

Numa sede de candidatura que foi exígua, muitas pessoas ouviram Cavaco Silva na rua, debaixo de chapéus-de-chuva ou dos toldos das lojas.

O edifício com o número oito do Largo do Seminário, voltou assim a receber (no feriado de oito de Dezembro) o candidato, depois deste ter vencido as presidenciais de 2006 que marcam o fim do mandato de Jorge Sampaio.

Na cultura oriental, alguns números estão associados à sorte ou ao azar, e o oito significa prosperidade. Um desejo que Cavaco formula para o país: “conhecem os meus valores e podem estar certos que colocarei todos os meus conhecimentos e a minha experiencia no combate por um Portugal melhor, mais desenvolvido e mais justo”, garantiu.

Para o General António Ramalho Eanes, Cavaco Silva é o homem certo para ocupar Belém, pela sua “experiência, conhecimento, propósito e visão humanista”.

 “Quem como Cavaco Silva terá acumulado tanta informação sobre o país, a União Europeia e a situação internacional? Quem terá reflectido sobre essa informação, com competência profissional e política?”, questionou o primeiro subscritor da comissão de honra da recandidatura do actual Presidente da República

“Cavaco Silva demonstrou já que sabe responder com personalidade, eficácia e rigor ético às exigências do cargo, quer a nível nacional quer a nível internacional”, afirmou.

Ramalho Eanes disse ainda que, com Cavaco Silva no cargo, será possível Portugal libertar-se do “desemprego que magoa e humilha” e da “pobreza que envergonha e ofende a dignidade do Homem”.

Uma ideia defendida também por Álvaro Pinto Correia, mandatário distrital da campanha, para quem Cavaco representa “a esperança do exercício de uma magistratura activa, assente na competência fundada no rigor e equilíbrio que a experiência temperou”.

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