Novo museu no Altar do Mundo

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Promotores investiram 12 milhões de euros, mas tiveram de esperar 17 anos para abrir as portas

Os Ministérios da Cultura e Turismo apadrinharam o novo museu de Fátima que retrata alguns dos momentos mais importantes da vida de Cristo e da fé cristã.

Inaugurado na última sexta-feira, este espaço com quatro mil metros quadrados e seis pisos (dois para estacionamento, dois para o comércio e dois para as reconstruções cénicas), pretende combater a sazonalidade das peregrinações e dar um novo alento à oferta turística de Fátima.

Qualificado como “um projecto âncora”, pelo presidente da
Câmara de Ourém, também presente na sessão inaugural, este museu pretende atrair a atenção de mais de 200 mil pessoas por ano.

Aproveitando a presença dos secretários de Estado que tutelam a Cultura e o Turismo, David Catarino criticou a morosidade do processo de aprovação, pelas instâncias governamentais, desta nova infra-estrutura.

“Foi preciso palmilhar uma Via-sacra, antes de termos o projecto aprovado [pelos institutos do Ordenamento do Território]”, ironizou o autarca, referindo-se aos 17 anos que este museu levou a ser concretizado.

“O desenvolvimento não se compadece com estes atrasos”, afirmou David Catarino, defendendo, contudo, que o crescimento urbanístico das cidades “deve ser feito de forma planeada e sustentada”.

Neste sentido, o autarca de Ourém considera haver “uma necessidade absoluta de um plano de requalificação urbana para Fátima”, uma vez que ao longo dos anos “o espaço público foi vítima desta ausência de planeamento”.

Para o secretário de Estado do Turismo, este museu agora inaugurado “liga a história e a religião, para além de trazer uma vertente de modernidade arquitectónica”.

Bernardo Trindade lembrou, por outro lado, o peso que o “Altar do Mundo” representa para o Turismo nacional, que é visitado anualmente por mais de seis milhões de fiéis.

O secretário de Estado sublinhou ainda que o Governo “está sensível em relação ao Turismo Religioso”, apesar de o ter deixado de fora do Plano Estratégico definido para o sector.

O governante agradeceu “a paciência dos promotores”, que investiram 12 milhões de euros, sem recurso a apoios públicos, e tiveram de esperar perto de duas décadas para abrirem as portas.

“Atrasos incompreensíveis destes não vão voltar a repetir-se”, garantiu Bernardo Trindade, que elogiou a escala desta obra “que dignifica e afirma o Turismo” no país.

Mário Vieira de Carvalho, secretário de Estado da Cultura, sublinhou que o governo “trata com carinho o património religioso”, e tem “colaborado com a Igreja Católica” no sentido da valorização e preservação dessa herança.

O governante elogiou a iniciativa privada que tornou possível a abertura deste museu, que para Mário Vieira de Carvalho é “um projecto cultural que tem sustentabilidade financeira”.

O secretário de Estado garantiu ainda que a Tutela vai continuar a apoiar a cultura, que pretende interligar com o turismo, mas “há espaço para investidores privados”, disse.

Depois dos discursos e da bênção do edifício, os mais de 100 convidados puderam ver de perto as 200 figuras em cera distribuídas por 33 cenas, tantas como os anos que Jesus viveu, que dão corpo a este espaço temático.

O nascimento numa gruta em Belém, as Bodas de Caná, a expulsão dos vendilhões do templo, a Última Ceia, o julgamento e a Paixão de Cristo ou a Ressurreição e Ascensão são alguns dos cenários que este espaço apresenta aos visitantes.

 

Filipe Miguel Mendes

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