Moita Flores fiscaliza CNEMA

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Câmara e centro de exposições estabelecem compromissos de cooperação

 

Francisco Moita Flores vai presidir ao conselho fiscal do CNEMA e Ramiro Matos mantém-se na administração, ocupando o lugar destinado à Câmara Municipal de Santarém, detentora de 19,5 por cento do capital da empresa.

Os accionistas, reunidos na sexta-feira, aprovaram por unanimidade a lista para os órgãos sociais, e assumem como objectivo principal do mandato que se estende até 2010 o “saneamento financeiro” da instituição, conforme disse João Machado aos jornalistas no final dos trabalhos.

Segundo o presidente do conselho de administração do CNEMA, a reunião, que durou perto de três horas, desenrolou-se num ambiente “tranquilo e de consenso”, até porque os nomes que integraram a lista foram encontrados durante um mês de negociações entre os dois maiores accionistas, Câmara de Santarém e CAP, que em conjunto controlam perto de 80 por cento do centro de exposições.

A grande ‘surpresa’ foi a recondução de Ramiro Matos no lugar que ocupava na administração, já que o seu desempenho foi alvo de duras críticas da anterior direcção, que o acusava de ter comparecido apenas a “uma reunião e meia” no ano passado.

Para além disso, havia a exigência que Moita Flores, com representante máximo da câmara, ocupasse aquele cargo, o que foi sempre rejeitado pelo autarca, que vai presidir o conselho fiscal, depois da saída do vereador socialista Manuel Afonso.

Moita Flores estará acompanhado por Rui Barreiro, ex-presidente da autarquia e também vereador do PS, em representação do Ministério da Agricultura naquele órgão social.

Apesar do progressivo voltar de costas entre as duas instituições, que culminou mesmo com a apresentação de programas taurinos distintos durante a Feira Nacional da Agricultura (FNA), algumas divergências estão agora aparentemente ultrapassadas e foram “encontrados compromissos”.

Para já, a Câmara de Santarém vai começar a liquidar a dívida da conta corrente que tem com o CNEMA, e que ascende a cerca de 163 mil euros.

Deste total, 35 mil, que correspondem aos gastos efectuados pela actual câmara, serão pagos no imediato, e elaborado um plano de pagamento entre PSD e PS, as duas maiores forças políticas na autarquia, para saldar o restante.

Do acordo faz parte também a legalização da Praça de Toiros desmontável do CNEMA, “depois de cumpridos todos os preceitos legais”, e o compromisso da câmara “não realizar actividades coincidentes com a FNA”, em torno da Celestino Graça, onde se vão realizar três corridas, duas delas na mesma data e hora das da Feira Taurina.

“Queremos ter na câmara um aliado e não um opositor”, frisou João Machado, que, confrontado pelos jornalistas com um extenso programa de concertos, desfiles equestres e etnográficos que a autarquia está a preparar para o campo Emílio Infante da Câmara durante a FNA, disse desconhecer essa intenção.

“Ficou acordado que haveria alguma animação nos dias das corridas” e não “uma feira alternativa”, afirmou o responsável.

Contudo, o Gabinete de Imprensa da Câmara de Santarém fez chegar ás redacções na quinta-feira um programa de actividades que se iniciam já no próximo dia 01 de Junho, um dia antes da abertura da Feira da Agricultura, e se estendem até ao dia 10.

Perante estes dados novos, João Machado afirmou que os “accionistas estarão atentos”, até porque “todos ficaram cientes dos compromissos assumidos”, que ficaram inclusive “gravados e registados em acta”, para memória futura.

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