Moita regressa à escola

Três milhões para requalificar o Bairro de São Domingos e áreas envolventes

Francisco Moita Flores regressou aos bancos da Escola de S. Domingos para ouvir as mesmas queixas que os moradores do bairro com a maior densidade populacional da cidade de Santarém lhe tinham feito há cerca de um ano, e que continuam hoje sem resposta. No entanto, o autarca foi com a lição bem estudada, e teve a ajuda da directora do DGUA e de duas arquitectas, que apresentaram aos habitantes três projectos para a requalificação do Bairro de S. Domingos e de uma vasta área envolvente. Pelas contas de Dina Vieira, as intervenções “interligadas” desde a Calçada do Monte até à carreira de tiro vão custar três milhões de euros e prevêem, em pormenor, arranjos estéticos naquela zona residencial, que vão de encontro a algumas exigências dos moradores. A reunião juntou cerca de meia centena de pessoas na EB1 de S. Domingos, na noite de terça-feira, que reclamaram a escassez de espaços de lazer, o abandono de infra-estruturas públicas, a limpeza insuficiente ou a má iluminação de alguns locais. Por outro lado, situações como proliferação de ervas nas vias e canteiros, degradação de passeios e falta de manutenção dos espaços verdes estão a dar um “aspecto de abandono ao bairro”. Os moradores entraram na reunião munidos de uma lista extensa de problemas concretos, e saíram, perto da 01h00 do dia seguinte, desarmados pela garantia, dada por Moita Flores, que as intervenções pretendidas vão sair do papel já no último trimestre deste ano. O presidente da câmara de Santarém advertiu, contudo, que muitos dos problemas do bairro “não têm solução”, uma vez que o crescimento desordenado do parque habitacional é impossível de reverter, tanto mais que vão ser construídos outros dois prédios na zona, agravando a falta de estacionamento e complicando os acessos. Assim, os projectos agora apresentados “são uma resposta de requalificação”, disse Moita Flores, que lamentou a “factura muito pesada” que os habitantes têm que pagar pelos erros de planeamento urbano de câmaras anteriores. Garantindo que a autarquia “tem dinheiro para pagar estas obras”, lembrou que a burocracia não se compadece com intervenções urgentes, dando como exemplo a intenção de colocar cerca de 90 rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida na cidade, um plano que entretanto teve de parar para que fossem formalizados todos os procedimentos legais. Por isso, pediu “paciência” aos moradores, e prometeu que no final do seu mandato, que termina dentro de dois anos e meio, “São Domingos estará diferente”. Filipe Miguel Mendes

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